quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pequena abordagem sobre criação de caturras

Nymphicus holandicus

As caturras podem ser facilmente criadas, desde que se apresente um ambiente bom e calmo. No ninho tinha o costume de colocar turfa, mas seca com facilidade, começa com alguma humidade, e acaba sem nenhuma, ficando demasiado em pó. Por isso comecei por optar por folhas de eucalipto e ramos tenros do mesmo, tudo desfeito numa máquina de cortar relva (não tinha mais nada para poder desfazer).
Para preparar o casal para a criação, não são precisos muito cuidados rigorosos. Desde que o casal tenha um relacionamento harmonioso é o que interessa, claro é preciso ter em atenção que há machos que se tornam muito agressivos, podendo até matar a fêmea, ou então, para obrigar a fêmea a uma nova postura, deita fora os ovos, para poder galar novamente a fêmea.
Estando o casal formado, é o macho quem escolhe o ninho, começa a entrar lá dentro a explorar, e quando lhe agrada, vem para fora, e volta a entrar no ninho, chamando a fêmea para entrar no ninho, e é no seu interior que se efectua a cópula, pode eventualmente ocorrer no exterior. Aquando da postura, os ovos são postos de dois em dois dias, e o trabalho do choco é repartido para os dois, tanto pelo macho como pela fêmea, e ambos os pais alimentam os filhos.
Outro dos problemas que pode ocorrer, é a fêmea não colocar os ovos no interior do ninho, isso pode-se dever a vários factores, uma delas, o ninho não ser o mais indicado para elas, seja ele mais pequeno, ou não permitir a entrada das aves, as próprias aves não gostarem do ninho, por isso convém sempre colocar dois ninhos à disposição, para elas próprias poderem escolher o mais adequado.
E claro que acontecem podem existir outros comportamentos em si, fora do normal, como o caso de as caturras que estejam em colónia, se for só um casal por viveiro, dificilmente pode acontecer algo de anormal. No meu caso que já tive em colónia, pude observar vários comportamentos, desde a uma fêmea albina solteira, a aceitar ser galada por um outro macho ancestral que já estava comprometido, mete os ovos, chocou-os ela sozinha, nascem dois filhotes, que ela alimentou até ao final sem problemas e sem ajuda do macho.
Este macho acima referido, que já estava comprometido, agora não imaginam como! Com um outro macho, e que por acaso eles aceitavam apenas nas épocas de criações sempre a mesma fêmea, uma ancestral, mas que só ligava ao macho lutino, e tolerava a presença do outro no ninho e aceitava ser galada por ele também, na partilha do choco, era comum verificar os dois machos no interior do ninho, e por algumas vezes o lutino com a fêmea. No inicio pensei que não era normal, e que o macho ancestral andasse a estragar os planos de reprodução, e que me fosse estragar os ovos, ou algo do género, mas achei umas informações interessantes sobre aves no estado selvagem, também ocorria homossexualidade, e esse par, sabendo que não poderia vir a ter descendência, aceitavam introduzir o elemento em falta para que pudesse ocorrer propagação da espécie. Quando vi isto, deduzi logo que era o que se tratava no meu viveiro. Deixei continuar as coisas como estavam, e o resultado foi sempre bom, saiam crias fortes e bem alimentadas, por serem alimentadas por 3 progenitores.
Como podem ver, acontecem coisas fora do normal, e que não é fácil de encontrar em literatura corrente. Agora sobre até quando os filhotes são alimentados, não vou fazer referência porque já existe isso em sites.

Caso algum de vocês já tenha presenciado algo semelhante, ou um outro tipo de comportamento nas caturras, faça o favor de acrescentar, e de dar a sua opinião.